quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sem título para não piorar


Sabe-se lá que horas marcam os ponteiros do relógio agora
mas na verdade, isso pouco me importa.
Mais algumas paradas
e estarei abraçada numa pele suada
entre os lençóis de uma cama desarrumada.
Música, cigarros
uma boa conversa fiada.
Numa só estação
vou do Paraíso à Consolação.
É aqui, em Marechal, Perdizes
próximo a esse terminal
que encontro o meu amor,
que me permito por alguns instantes, ser feliz
diferentemente dos outros dias em que eu não sou.
E como qualquer outro momento
esse também passa,
e logo meus passos me levam pra casa
sozinha numa outra estrada.
Se esses bancos pudessem me ouvir
saberiam o que tenho sentido por aqui
enfim,
entre uma estação e outra
entre uma dose e meia.
Mas volto tranquila
com a sensação de missão cumprida,
onde talvez eu
seja a única a sair ferida.

Para Sílvia, uma vez mais. Fonte de inspiração,
em 03 de Novembro de 2009.

3 comentários:

Rafael Brito disse...

Muito lindo. Você é um verdadeiro artista. Sempre sabe usar as palavras certas nos lugares certos. <3

Rick Bernas disse...

Obrigado por me considerar um artista. Aliás, somos, transformamos o que se passa em nós em poesia, em crônicas. Transformamos em arte.
Fico feliz em saber que você admira.
E mais uma vez, ressalto que estou sempre antenado nas suas aventuras também através do http://www.raffyinwords.blogspot.com .
Grande beijo.
Amo você.

Unknown disse...

Aahh, lindo, lindo esse texto.. Ao ler, consigo sentir o gosto de quando foi escrito, e dos meus dias, meses e anos clandestinos. Obrigada amigo, por tudo!