quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tua chance


Eu falei para não se aproximar
mas agora ta feito:
sente-se preso e sem saída,
disposto a esquecer a própria história
meia-noite batendo em minha porta.
E não me olhe desse jeito
a culpa é sua,
quem mandou ser assim
tão do seu modo
tão pertinho de mim.
Eu te disse, garoto
eu sou encrenca.
Se pensas que me conhece
não sabes a meta do problema.
E não me venha com esse papo de morrer por amor
que tá foda, que sou difícil.
Também já amei e morri um pouquinho a cada dia,
e se aceita um conselho
não valeu o sacrifício.
Não quero que morra por mim, e sim
que tenha fôlego para viver por nós.
Então, pare, deixe de ser bobo,
me beije e me abrace daquele jeito
que eu bem sei que você sabe.
Esquece essa história de vivermos juntos para sempre,
mostra do que é capaz
cumpre as tuas promessas.
Aproveita a oportunidade, garoto
Não garanto que haverá outra dessas.

Para aquele que um dia balançou meu mundo.
Em 24 de Fevereiro de 2010

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Só por hoje

Hoje quero você aqui
me contando segredos
sussurrando verdades.
Eu te perdôo
por não ter me ligado aquele dia
e por ter mentido em outros.
Esqueço-me
das tuas palavras afiadas
e de tantos momentos desperdiçados.
Quero que volte
e fique do meu lado.
Te conto como esperei
e como me desencontrei
tão livre
tão só.
Mas te peço: “Vem!”
me pedindo beijos
dividindo a cama.
Eu te recebo,
de braços abertos e
com o coração partido.
Sim, te aceito
pois no fundo ainda acredito
e não nos deixo.
Pois saiba
que se um dia eu lhe disser adeus
estarei abandonando a mim mesmo.
Você seguirá livre
e eu,
sem rumo
sem destino
sem motivos.

Mais uma vez, para meu amado.
Em 1° de Setembro de 2009.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Hora de ir


Bem que eu poderia dizer que nada do que aconteceu valeu a pena
que nós nunca fomos felizes
ou que tudo não passou de uma sacanagem.
Mas sei que isso não é verdade,
assim como sei, que diante dos fatos
também não posso ser covarde.
Eu poderia fingir que meu amor por você não acabou,
e quem sabe até me contentar com o pouco que sobrou.
Juro que tentei, mas nosso tempo já terminou.
Você pode pegar os pedacinhos de mim
e levar para bem longe daqui,
em algum lugar onde ninguém possa me encontrar
desfeito em meus pensamentos perdidos
com meu coração partido,
o orgulho ferido.
Ali ficarão minhas lembranças mais remotas
de um tempo que passou e espero não ter volta.
Ficarão também os momentos que não são mais nossos,
as juras de amor não muito sinceras
os beijos que não têm mais gosto.
Ficará apenas o que sobrou de nós.
E é uma pena,
por que restou muito pouco.

Para meu amado, sempre.
Escrito em 28 de Novembro de 2009

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Amor e Renúncia - um pequeno relato sobre o texto "O Fim de Nós".

Cresci ouvindo sobre as contradições do amor. E confuso fiquei ao me deparar com as variedades do amar, afinal, me aconselharam a não ter medo, pois era o que havia de mais bonito entre os homens. Ao mesmo tempo, alertaram-me, e me pediram que tomasse cuidado, já que era perigoso, traiçoeiro, involuntário. E somente o tempo, dono da paciência, tão discreto em sua demorada beleza, seria capaz de amansá-lo e fazê-lo passar.
O que não significa que ele iria embora sem deixar suas marcas, algumas um tanto leves, e outras, profundas, internas, carnais.
Mas aprendi também que você pode fazer suas próprias escolhas, e que liberdade não tem a ver com fazer o que quiser, e sim, arcar com as conseqüências dos seus atos, ter a responsabilidade da sua vida. Ser dono do próprio nariz.
Quase sem perceber, como se me deixasse levar, me endireitei no caminho que me levou a amar. Livremente. Tão livremente que me permitiu, quando julguei necessário, renunciar.
Sabe aquela história de “Amor e Renúncia”? Com o tempo aprendi que às vezes é melhor abdicar de alguns desejos, livrar-se do peso de alguns caprichos, da falta de sorte de outros amores. Renunciar é desistir, esperar que o tempo cure todas as feridas ao invés de lutar e saber que nunca irá vencer, que sua paz não voltará tão cedo, ou que nunca receberá um troféu pela sua vitória ou muito menos um prêmio de consolação pela derrota. Consolar-se por si só já é perder pra alegria, pra vida.
Renunciar... não foi um verbo que apliquei muitas vezes na minha história.
Uma escolha difícil, diga-se de passagem, custei a conjugar:
Eu renuncio.
Mas foi a última cartada, afinal, amor não é doença que se cura com remédio, nem equação de matemática, que se apaga com a borracha.
E definitivamente, renunciar foi a melhor escolha.
E não fui covarde. Pois desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem

Vermelho


Pintei de vermelho
as minhas unhas que suas costas bem conhecem
ainda marcadas levemente
ao registrar momentos intensos.
Pintei de vermelho
um pequeno coração no meu caderno
para lembrar-me sempre
daquilo que não me esqueço.
Pintei de vermelho
a solidão da minha boca discreta
para tornar mais bonita
a alegria dos nossos reencontros.
Pintei de vermelho
um velho baú de recordações
como se ali eu pudesse me guardar
esperando sabe-se lá o quê...
e assim, me entediei:
no fundo daquele baú
meus sonhos viraram cinzas
e as unhas que pintei de vermelho
(cor de seus beijos)
desbotaram com o tempo.
E os pedaços de tinta descascados
o vento levou,
junto com o nosso amor.


Em especial para Sílvia Malta e Victória Baumgratz.
em 06 de Julho de 2009.

O fim de nós


Não espero mais a tua resposta
a tua sentença,
nem espero que me aceite com um sim
ou que me esqueça, desejando-me apenas “boa sorte”.
Me mostraram, os fatos
que nossa história não passou de um retrato bonito.
Foram, talvez
momentos mal vividos
um amante mal amado,
uma noite mal dormida.
Nossa história foi aquela música bonita que nunca foi só nossa
foi o sal da lágrima que você não sentiu.
Nossa história foi, simplesmente
o amor que você não nos permitiu.

Para o meu amado, sempre.
Em 23 de Outubro de 2009.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Eu próprio por mim mesmo


Procuro incessantemente pelo amor,
tomo banho de chuva e tenho medo do escuro.
Ouço mil vezes a mesma música e repito outras mil uma única frase.
Vou embora para nunca mais voltar e reapareço quinze minutos depois.
Eu acredito em duendes, vejo desenhos em nuvens,
acordo mal-humorado e choro muito
muito fácil.
Minto as vezes, mas sou sempre sincero.
Sou melodramático por natureza e ousado por inspiração.
Eu dou a cara à tapa
tenho como companheira a solidão e como inimiga declarada a própria razão.
Conheci pessoas incríveis e invejei seus pares perfeitos (ou nem tanto assim).
Nunca quis ser jogador de futebol, astronauta ou bombeiro.
Me atrevo a ser cantor no chuveiro.
Falo pelos cotovelos mas me expresso melhor em silêncio.
Perdôo traições e também pago na mesma moeda.
Me esqueço das coisas e lembro repetidamente dos meus pecados.
Em alguns momentos eu fico muito sério, em outros dou risada na hora errada.
Espero por um milagre que não acontece,
vivo um caso de dois onde um não corresponde.
Vejo os dias passarem sem muita sorte, com falta de cor.
Fico noites sem dormir, perco dias sem amar.
Choro ao telefone,
me isolo num quartinho escuro dentro de mim
me pergunto se vale a pena me arriscar.
Cresci meio velho rabugento e me tornei um tanto criança levada.
Sou metade santo e a outra metade puta.
Sou expansivo, intenso e absurdo.
Não crio padrões, detesto rótulos, não sigo a massa.
Corro dentro de casa, abro a geladeira para pensar
converso com gatos e cachorros
e desvio o olhar quando fico sem graça.
Não fiz da minha vida um livro aberto e nem da minha história um conto de fadas.
Quero homens na cama e flores na janela,
sou dependente de afeto e viciado em chocolate.
Tenho ciúmes dos meus amigos e a posse dos meus amados.
Reprimo alguns instintos, dou ouvidos à minha intuição.
Uso meias coloridas e roupas pretas.
Não sou alguém que fecha os olhos para o mundo, que diz “amém” pra tudo.
Já não me basta somente ter e poder, nem me satisfaz a simplicidade do estar.
Sempre o mesmo, sempre diferente, sem saber onde é que vou parar;
vivendo pra morrer, sem saber direito o que diabos ser...

Para Nicolas, com amor.
Em 22 de Janeiro de 2010.

Ensaiando meu papel...


Ser mocinho de novela mexicana não é fácil. Mas é fato. Representar algumas experiências inesquecíveis, não talvez como realmente tenham acontecido, e sim, como eu as tenha visto, ou sentido, um tanto de ilusões vivenciadas, como tantas outras passadas, amargamente saboreadas.
Mas um novo passo precisa ser dado, mesmo que o caminho não pareça tão seguro, ainda que os pés estejam cansados. Há sempre uma nova estrada a ser percorrida, um olhar para ser descoberto, uma outra palavra para ser dita.
Pois o mundo me questiona porque eu estou tão frustrado, e eu me pergunto por que todos são tão cegos?
Talvez eu tenha dificuldades para me expressar, ou os outros são insensíveis demais para não compreender, pois já não me importa mais quem fomos ou o que seremos, o que me angustia e me tira o sono é saber como nós estamos.
Então eu, que há muito não me permito fazer planos, apenas desejo que essas vozes não tenham fim, que me inspirem e abençoem a transformar em arte tudo aquilo que se passa em mim.

Que a sorte esteja com vocês.
Um beijo.
Riick.