segunda-feira, 19 de setembro de 2011

D.

Não. Não é o dia D mundial ao combate de alguma coisa que não me interessa.
Pode ser o D de De Repente, Desespero, Desejo...
Faz tempo que não escrevo, deixando a represa cheia de água.
Resultado: transbordou.
Mas não foi no papel.
Foi numa mesa de bar...
Não foi a tinta que desceu, e sim as lágrimas.
Ele voltou, reacendeu a mim mesmo, me afoguei nas próprias palavras.
Estou de volta.
Fraco, sofrido e safado, como me descreveu Clarice sem ao menos me conhecer.
Estou de volta.
Back to black, como cantou Amy.
Enfim, estou de volta... meu amor voltou, e meu desespero também.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Rehab


Amanhã não vou querer chocolate
Outra dieta, maldita sociedade:
preciso emagrecer.
Melhor seria para de fumar
mas só de imaginar, que desespero...
Juro que vou tentar
e manter somente a caneta entre os dedos.
Para de beber, nem pensar.
O que vai distrair minhas mágoas, meus arrependimentos.
Somente um vinho, uma vodca
quanta cumplicidade que nós temos.
Sei que estou fazendo tudo errado
gastando dinheiro, nem sempre sóbrio
indo dormir muito tarde.
Se me perguntam, minto a idade.
Envelhecer já não parece ser tão interessante
e mesmo disfarçada, sobrou-me ainda a vaidade.
Tantos vícios, pouca certeza.
A que me resta é a de que não quero mais me apaixonar.
Já me foi suficiente esta vez,
cigarro aceso, copo cheio
relembrando o mal que você me fez.
Mas vou parar de fumar
e também não irei mais beber.
Te esquecer, já não posso prometer.
Já sei que sem você,
não ficará mais nada, irei parar de viver.

Madrugada de 26 de Julho de 2011

terça-feira, 5 de julho de 2011

Não era amor

Antes não era amor.
Era a conquista, eram os olhares.
Tentação, flerte, vaidade.
Antes não era amor.
Era uma paixão de verão,
Carnaval
que vinha derrubando conceitos
escancarando verdades
inibindo o medo.
E era tão fácil
ansiedade, presságio de coisa boa
corpo arrepiado.
Não era amor.
Era a alegria da tua presença,
a ausência da saudade
a bagunça dos teus cabelos
a inocência da tua idade.
Antes não era amor, meu amor.

Para Igor Vinícius.
Ainda mais.
Pois seus olhos me tormentam...
Em 05 de Julho de 2011.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Por esta rua


Sozinho, vou por esta rua
sentindo falta de algo:
você; que não é meu
e tem sem saber.
Caminho em busca, ninguém sabe
sigo em frente, para quem sabe onde
encontrar o que nem chegou a ser.
Por esta rua assim eu passo
relevando os teus erros, perdoando o próprio tempo
por não ter me dito o que havia de errado comigo.
No frio, no escuro desta rua
eu,
na minha, na tua
espero por um decreto do destino,
como se ele pudesse me dar
tudo o que esperei de você, menino:
um nós,
perfeito
perpétuo
impossível.

Escrito para o Meu Amado, sempre a ele,
em 04 de Setembro de 2009.

Tudo acabado


Nós começamos.
No início não passava de uma aventura
muito desejo, questão de honra.
Você seria meu
e de muitos outros (já sabia eu),
mas me contentava com nossos momentos a dois
não me importava com aqueles que também seriam seus.
Fazia-me feliz o teu sorriso malicioso
seus gestos medidos ou espontâneos demais
e claro,
suas palavras bonitas
que me faziam ser quem eu nem imaginava ser capaz.
Entreguei-me
erro cometido mais uma vez .
Queria você só para mim
como se fôssemos únicos
como se não houvesse o fim,
abraçados à beira de uma janela
de mãos dadas pelas ruas
entrelaçados na cama.
As horas já não passavam tão depressa
o desapego cedeu lugar ao ciúmes,
você, tão casual
tornou-se em mim um mal costume.
Perguntei-me e por certo tempo acreditei
que você estava apaixonado.
Bobagem minha, pensamento insensato.
Pior que ouvir da sua boca,
uma carta me mostrou que eu estava enganado.
Sua assinatura num papel rabiscado
entre outros fatos, dizia:
“Tudo acabado”
E já eu, tão bom amante
fiquei só e me tornei um mal amado.

Em 11 de Maio de 2011.
Para D., O Sentenciador.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Eterno


Você é tudo que quero
tenha certeza, não me engano.
Sem dúvidas, é muito mais do que peço.
Completa-me o teu amor sincero
cantado em cada verso das tuas frases
que aquecem-me nesse inverno.
A minha pele na tua mais perto
arrepia-se quando me comem
seus olhos de deserto.
E numa seqüência de beijos incertos
perco-me no encanto
do teu sorriso esperto.
Silenciosamente, eu rezo:
de corpo e alma
desejo que seja eterno.

Em 06 de Junho de 2010, e 1 ano após, aqui.
Desejo de eternidade, realidade interrompida.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sonhei


Noite passada sonhei com você, vou te contar como foi:
Meio sem graça
e bonito como sempre
abraçou-me sorrindo, dizendo-me “oi”.
Vento gelado, abraço apertado.
Havia esperado horas por aquele momento ao teu lado.
Ensaiei para te dizer algumas frases bonitas
ousei até pensar em te dar um beijo.
Meros desejos.
O máximo que consegui foi ficar em silêncio.
Não era falta de amor
nem ausência da vontade:
era o medo que havia me paralisado diante da sua presença,
faltou-me a coragem.
Mas parecia tão real, veja que bobagem.
Tô voltando pra casa.
Fui tomar umas no bar, sozinho mesmo
para esquecer
ou relembrar, sei lá.
Queria mesmo era receber uma ligação sua
dizendo qualquer coisa que me fizesse rir
que me deixasse feliz, assim
saber que também pensas em mim.
Resta-me apenas ouvir as músicas que lembra você,
olhar as fotos que te roubei sem você perceber.
Outra noite, e eu recostado no travesseiro,
como se deitasse mesmo no seu colo
ganhando novamente o teu primeiro beijo.
Nos meus sonhos, ainda te vejo:
teu amor insiste em não me deixar,
e mesmo que o quisesse
também não o deixo.
Passo a noite a imaginar os momentos que não vivemos
os planos que jamais fizemos
o belo casal que nunca fomos.
Mas ainda acredito,
diz a lua que fomos feitos um para o outro.
Melhor dormir, ou ao menos tentar.
Perdoe-me se durante a noite eu chorar,
são só as lágrimas de um garoto ainda não cansado de sonhar.

Para Bruno Lobo, linda inspiração.
25 de Maio de 2011.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Matei dentro de mim


Acabou: me falta até o que pensar,
e já não é tão divertido brincar de me arriscar
pois se um dia você me amou
esqueceu de me avisar.
Já não posso mais suportar o peso do seu não saber amar
e prefiro ir embora
ao me contentar com as suas migalhas.
O que sente por mim são alguns ímpetos de paixão
a aventura da traição, alguma sorte sem razão.
Mas eu, tão prudente e inseguro
descobri-me um tanto medroso quanto aos fantasmas do nosso futuro.
Desacreditava do dia em que me deixasse
ou das noites em que me beijasse sem mais amor.
Acorda, baby. Acabou.
Mas se doeu, já passou
e quando foi, eu nem vi.
Foi num instante, quase sem querer
que notei a tua falta em mim.
Percebi que já não tenho mais a tua imagem naquele velho retrato
nem o teu cheiro pelos corredores.
Descobri tua ausência no espaço vazio da minha cama
entreguei-me sem pensar em você nos braços de quem não me ama.
Sumiu das conversas com os amigos
deixou de atuar nos meus sonhos,
de fazer parte dos meus planos.
Desapareceu das telas do cinema,
escorregou por entre as páginas de um livro.
Não assombra minhas noites frias e vazias
nem reflete no rosto das pessoas numa esquina.
Suas palavras já não me ferem
teu olhar não me desespera
tua insegurança não me devora.
Boa sorte, querido
mas chegou a hora de ir embora.
Eu vou e nem olho pra trás
não adianta chorar, você vai
e não volta mais.

Em 25 de Maio de 2011.
Para D.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Seus olhos (por Igor Vinícius)

Eu vi nos seus olhos.
Juro que vi, na pupila mais dilatada
e no semblante mais desorganizado.
Olhos de caçador que já fora presa
num tempo que se perdeu e não volta.
Hoje seus olhos de águia voam por buracos no céu
atravessam o sol e a lua,
transformam-se no eclipse de uma alma.
Fura as nuvens e faz arder os olhos espalhados pelo chão.
Tem o esplendor do sol: ilumina e aquece.
Tem o brilho da lua,
acende-se na escuridão e junta-se às estrelas.
E no fim, o mesmo não existe.
Desaparece feito pôr-do-sol, para nascer de novo,
brilhante e certo de qualquer estrada que se siga
é um novo caminho a percorrer.

Para Henrique, o Mocinho de Novela Mexicana.
Com toda a admiração pelos seus passos. Por Igor Vinícius.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Um dia em Fevereiro


Houve um dia
um domingo de céu cinza e chão molhado,
como meus olhos, tão dispersos e solitários
quando por mim você passou:
tão leve, tão solto
deixou em mim o seu rastro,
o seu gosto.
O que se passava em volta
já não sei.
Desapareceu
com tal imagem
com tal acontecimento
com tal você.
E pelas ruas hoje eu vou
em busca do meu juízo perdido,
juízo esse que talvez eu nunca tive
ao me apaixonar por esse menino bonito.
Dançando, na chuva
tristemente a nossa música
eu me entrego aos teus passos,
descontrolados.
E aquele domingo ainda não acabou.
Meu ontem
não passa de lembranças frias
e fotos velhas.
E agora
você, meu menino
me segue nos pensamentos,
mais vivo do que mesmo consigo ser
assim, sem você.

Para Éder e Sílvia, meus queridos.
em 10 de Fevereiro de 2009.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Assim eu


Eu, calado, me descobri santo.
Eu, amigo, sou bondade.
Eu, sem vergonha, me revelei tantos.
Eu, um tanto chato, me descobri maldade.
Com ele, me descobri sorte.
Chorando, me descobri verdade.
Anoitecendo, me descobri vaidade.
Eu, na cama, me descobri muitos.
Eu, à toa, me descobri bobagem.
Na chuva, me descobri criança.
Com raiva, me descobri vingança.
Na rua, me descobri só.
Sozinho, me descobri louco.
Sem amor, fui apenas tão pouco.
Sem ele, me encontrei metade.
Sem nós, me descobri saudade.

Para o Meu Amado, sempre.
Em 11 de Novembro de 2009.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Adeus


Eu te esperei
com toda a malícia de uma criança travessa
com toda a inocência de um cara apaixonado.
Acostumei-me com o estado frio das coisas sem você
com a solidão do meu corpo sem te ver.
Fingi acreditar nas suas desculpas baratas
contos de uma história mal escrita, mal narrada.
Porque fez isso comigo?
Conquistou-me com seus modos tão bonitos,
e depois foi embora, levando junto a minha paz.
Queria eu ser mais audacioso nesse jogo
e abandoná-lo antes de ser decretada a minha derrota.
Mas o que passou, não tem volta.
Eu que penso tanto
chego a pensar que nem pensas em mim.
De fato, nem deve se lembrar.
Se o fez, foi com pena
com saudades já não tenho certeza.
Cansei, vou em busca do meu final feliz
guiar minha própria estrada, ser dono do meu nariz.
Não me importo se o tempo demorar a apagar o que aconteceu
mas se não me queres mais, aceite ao menos o meu Adeus.
Deixe-me ir, segue teu caminho sem mim.
Eu fico por aqui, mesmo sem alguém, sem talvez.
Agora tanto faz,
posso escolher entre ficar louco ou tentar ser um bom rapaz.
Quero apenas seguir um novo rumo
deixando tudo o que vem de você para trás.
Espero que seja diferente
de um modo que eu não sofra mais.

Em 03 de Maio de 2011, para D., outra vez.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

I wasn't born like this


Eu me FIZ assim.
Eu me FORJEI assim.
Eu me INVENTEI assim.
Eu QUIS assim.

Eu não me guardei.
Eu não me conservei.
Eu não me defendi.
Eu me
J
O
G
U
E
I.

Escrito por William Ferreira, em 27 de Fevereiro de 2011, dedicado a mim.
Está disponível em
http://cacadordepalavras.blogspot.com/2011/04/i-was-not-born-like-this-eu-me-fiz.html

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sem título para não piorar


Sabe-se lá que horas marcam os ponteiros do relógio agora
mas na verdade, isso pouco me importa.
Mais algumas paradas
e estarei abraçada numa pele suada
entre os lençóis de uma cama desarrumada.
Música, cigarros
uma boa conversa fiada.
Numa só estação
vou do Paraíso à Consolação.
É aqui, em Marechal, Perdizes
próximo a esse terminal
que encontro o meu amor,
que me permito por alguns instantes, ser feliz
diferentemente dos outros dias em que eu não sou.
E como qualquer outro momento
esse também passa,
e logo meus passos me levam pra casa
sozinha numa outra estrada.
Se esses bancos pudessem me ouvir
saberiam o que tenho sentido por aqui
enfim,
entre uma estação e outra
entre uma dose e meia.
Mas volto tranquila
com a sensação de missão cumprida,
onde talvez eu
seja a única a sair ferida.

Para Sílvia, uma vez mais. Fonte de inspiração,
em 03 de Novembro de 2009.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Confesso


Não me entendem quando digo que ainda te quero,
pensam que sou louco, que nosso caso é um mistério.
Mal sabem eles como você me completa
que seus olhares me instigam
que sua mão me incendeia.
E fico me perguntando: será que eu te amo?
Ai ai, esse caso é tão sério, sei que você não pode ser meu,
que tem alguém que te espera quando chega em casa, te chamando de meu amor...
E eu, um cara tão decidido, me vejo dividido entre você e a sorte, pois já não sei dizer se você é bom ou mau.
Meu bem querer, meu mal saber.
Queria eu acreditar que está tudo certo, que as coisas estão no seu lugar.
Mas não estão.
Sinais de culpa, arrependimento forçado.
Então não me deixe, mesmo que eu te diga o contrário.
Desculpe-me se agora não consigo ir embora,
Tentei evitar, não foi por querer.
Eu sinto muito, mas eu te amo.

Para D., meu tormento.
Em 02 de Abril de 2011.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Aquele garoto


Olhe aquele garoto sozinho no bar.
Ele já foi enganado muitas vezes.
Traído pela vida, pelo destino, inimigo da sorte.
Vejam como aquele garoto está triste.
Ele se esqueceu de pensar com a razão,
abriu a guarda e foi nocauteado outra vez.
Notem,
vocês conseguem ver seus olhos vazios de esperança?
Sim, ele não sabe mais no que acreditar
nem se é capaz de amar sem se machucar.
Pobre garoto no bar
desistiu, já cansado de tentar.
Angustiado, cheio de tristeza
afoga suas mágoas num copo também cheio.
Despede-se sozinho de mais um amor mal vivido.
Sem rumo
não tem para onde ir
tenta descobrir um caminho seguro pra seguir.
Quase difícil de notar
perdido em si mesmo
tão só aquele garoto no bar.
Acho que tem vontade de gritar
mas resigna-se ouvindo uma música triste
afinal, para que se alegrar?
Melhor para ele é nem pensar.
Ainda tem medo do que há por vir.
Não vê que a vida te sorri e diz:
“Vai ser feliz, menino!”
Existe um mundo tão bonito aí fora
que você nem imagina existir.

Em 06 de Abril de 2011, com todo meu carinho
para César Piovesan.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Teus modos


É inevitável não gostar de você
dessa cara que você me olha
dessa língua que você me beija.
Gosto disso,
de me perder nos teus cabelos bagunçados
e de me perturbar com as tuas poucas palavras,
que saem tranquilamente, deliciosamente cantadas
sob a fumaça do seu cigarro
entre livros e discos,
teu suor
teu sorriso.
E eu na cama
preso no silêncio dessa doce risada
compartilhando com os lençóis
o toque das tuas mãos sinceras.
E assim eu,
livre para poder partir
e imóvel por querer ficar
já me contento, afinal,
com a ingenuidade do estar.
Com você, sempre.

Para Luiz Felipe, a minha bagunça mais bonita,
em 15 de Junho de 2009.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Pedido ao Coração


Tentei enganar a mim mesmo, fiz alguns planos para dispersar o medo, mas vou te confessar: trair você, Coração, é o mesmo que brigar com os pais e voltar pra casa logo depois, com as malas feitas, cheias de esperança, pedindo perdão. Uma hora ou outra, a gente se entrega, não há como escapar da redenção.
Diante de algumas situações até pensei que havia te esquecido, que já estava livre para poder partir atrás da tão procurada felicidade, sem me preocupar com o peso da tua presença. Em algum momento deve ter adormecido, cansado de tantas decepções, fatigado pelo tempo, machucado pelos outros. Mais cedo ou mais tarde, haveria de descansar.
Mas mesmo em silêncio, você estava ali, dentro de mim, insistindo em me levar para caminhos desconhecidos, lugares para onde eu não deveria ir.
Coração egoísta, sempre dando um jeitinho de chamar minha atenção só pra ti.
E recorda-se de quando chegou o fim? Eu não me lembro, ainda não acabou pra mim. Esquecera-se de que sono não é remédio para o amor, e que quando acordasse, estaria tudo ali, do mesmo jeitinho em que havia deixado? O tempo pode ter se encarregado de cicatrizar algumas feridas, de esquecer outras ilusões. Mas ao acordar, baby, nem tudo são flores. O dia ainda é longo, e há de se ir à luta.
Sei que pulsas involuntariamente, mas sangra por burrice. Será que não consegue fazer as escolhas certas? Quero deixar de acreditar que o único dom que tens é o de me fazer enganar.
Por isso te peço, Coração: Acorda! Não perca mais tempo, nem permita escapar novas oportunidades. Há tanto para descobrir, outros corações para visitar. Aproveite, deixe-se levar. Dê-me a mão, a estrada pode ser interessante.
Vamos fazer um acordo: não me resta outra opção a não ser te aceitar, mas já estou cansado de te perdoar.
Acorda, para de sofrer por bobagem. Há quem não mereça ser carregado por você, Coração.
Livre-se logo dessa bagagem.

Em 09 de Março de 2011, Quarta-Feira de Cinzas, entre São José dos Campos e São Paulo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Resposta


Falam, implicam e zombam da nossa tristeza, mas se esquecem que ela é tão legitima quanto a alegria deles.
Chamam-nos de depressivos.
Não negamos.
Mas acredito sermos muito mais.
Somos sensíveis mais que a maioria das pessoas, e acreditamos que detalhes fazem toda a diferença.
O chão mais sujo pode se tornar o mais belo lugar, e aquele amor por um certo alguém a maior das desilusões.
Até podemos não ser como eles querem, mas somos o que queremos, e assim sendo, escrevemos sobre tudo que nos inspira.
Essa habilidade poucos reconhecem, só vêem o nosso pior lado.
Porém, aprendemos entre outras coisas a não ligar para o que dizem sobre nós.
Eles não sabem quem somos...

Encantado. Este texto me foi dedicado por Sílvia Malta, no dia 20 de Janeiro de 2010, em www.demasia-demasia.blogspot.com

quinta-feira, 10 de março de 2011

Convite

Você veio
inundando meu mundo
me mordendo a boca
me chamando de seu.
Me mostrou
como são alegres as noites de verão
me tirou o ar com o seu corpo mais perto,
me fez voar sem tirar os pés do chão
e me descobriu entregue no teu olhar mais sério.
Me matou de vergonha
deu risada da minha cara
me deixou vermelho numa graça.
E agora, já estou sem escolha.
Vou te dizer: tá foda, menino.
Decide se vai dar um fim nessa história
ou se vem ser feliz comigo.

Com carinho para Igor Vinícius, em 04 de Março de 2011.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tua chance


Eu falei para não se aproximar
mas agora ta feito:
sente-se preso e sem saída,
disposto a esquecer a própria história
meia-noite batendo em minha porta.
E não me olhe desse jeito
a culpa é sua,
quem mandou ser assim
tão do seu modo
tão pertinho de mim.
Eu te disse, garoto
eu sou encrenca.
Se pensas que me conhece
não sabes a meta do problema.
E não me venha com esse papo de morrer por amor
que tá foda, que sou difícil.
Também já amei e morri um pouquinho a cada dia,
e se aceita um conselho
não valeu o sacrifício.
Não quero que morra por mim, e sim
que tenha fôlego para viver por nós.
Então, pare, deixe de ser bobo,
me beije e me abrace daquele jeito
que eu bem sei que você sabe.
Esquece essa história de vivermos juntos para sempre,
mostra do que é capaz
cumpre as tuas promessas.
Aproveita a oportunidade, garoto
Não garanto que haverá outra dessas.

Para aquele que um dia balançou meu mundo.
Em 24 de Fevereiro de 2010

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Só por hoje

Hoje quero você aqui
me contando segredos
sussurrando verdades.
Eu te perdôo
por não ter me ligado aquele dia
e por ter mentido em outros.
Esqueço-me
das tuas palavras afiadas
e de tantos momentos desperdiçados.
Quero que volte
e fique do meu lado.
Te conto como esperei
e como me desencontrei
tão livre
tão só.
Mas te peço: “Vem!”
me pedindo beijos
dividindo a cama.
Eu te recebo,
de braços abertos e
com o coração partido.
Sim, te aceito
pois no fundo ainda acredito
e não nos deixo.
Pois saiba
que se um dia eu lhe disser adeus
estarei abandonando a mim mesmo.
Você seguirá livre
e eu,
sem rumo
sem destino
sem motivos.

Mais uma vez, para meu amado.
Em 1° de Setembro de 2009.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Hora de ir


Bem que eu poderia dizer que nada do que aconteceu valeu a pena
que nós nunca fomos felizes
ou que tudo não passou de uma sacanagem.
Mas sei que isso não é verdade,
assim como sei, que diante dos fatos
também não posso ser covarde.
Eu poderia fingir que meu amor por você não acabou,
e quem sabe até me contentar com o pouco que sobrou.
Juro que tentei, mas nosso tempo já terminou.
Você pode pegar os pedacinhos de mim
e levar para bem longe daqui,
em algum lugar onde ninguém possa me encontrar
desfeito em meus pensamentos perdidos
com meu coração partido,
o orgulho ferido.
Ali ficarão minhas lembranças mais remotas
de um tempo que passou e espero não ter volta.
Ficarão também os momentos que não são mais nossos,
as juras de amor não muito sinceras
os beijos que não têm mais gosto.
Ficará apenas o que sobrou de nós.
E é uma pena,
por que restou muito pouco.

Para meu amado, sempre.
Escrito em 28 de Novembro de 2009

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Amor e Renúncia - um pequeno relato sobre o texto "O Fim de Nós".

Cresci ouvindo sobre as contradições do amor. E confuso fiquei ao me deparar com as variedades do amar, afinal, me aconselharam a não ter medo, pois era o que havia de mais bonito entre os homens. Ao mesmo tempo, alertaram-me, e me pediram que tomasse cuidado, já que era perigoso, traiçoeiro, involuntário. E somente o tempo, dono da paciência, tão discreto em sua demorada beleza, seria capaz de amansá-lo e fazê-lo passar.
O que não significa que ele iria embora sem deixar suas marcas, algumas um tanto leves, e outras, profundas, internas, carnais.
Mas aprendi também que você pode fazer suas próprias escolhas, e que liberdade não tem a ver com fazer o que quiser, e sim, arcar com as conseqüências dos seus atos, ter a responsabilidade da sua vida. Ser dono do próprio nariz.
Quase sem perceber, como se me deixasse levar, me endireitei no caminho que me levou a amar. Livremente. Tão livremente que me permitiu, quando julguei necessário, renunciar.
Sabe aquela história de “Amor e Renúncia”? Com o tempo aprendi que às vezes é melhor abdicar de alguns desejos, livrar-se do peso de alguns caprichos, da falta de sorte de outros amores. Renunciar é desistir, esperar que o tempo cure todas as feridas ao invés de lutar e saber que nunca irá vencer, que sua paz não voltará tão cedo, ou que nunca receberá um troféu pela sua vitória ou muito menos um prêmio de consolação pela derrota. Consolar-se por si só já é perder pra alegria, pra vida.
Renunciar... não foi um verbo que apliquei muitas vezes na minha história.
Uma escolha difícil, diga-se de passagem, custei a conjugar:
Eu renuncio.
Mas foi a última cartada, afinal, amor não é doença que se cura com remédio, nem equação de matemática, que se apaga com a borracha.
E definitivamente, renunciar foi a melhor escolha.
E não fui covarde. Pois desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem

Vermelho


Pintei de vermelho
as minhas unhas que suas costas bem conhecem
ainda marcadas levemente
ao registrar momentos intensos.
Pintei de vermelho
um pequeno coração no meu caderno
para lembrar-me sempre
daquilo que não me esqueço.
Pintei de vermelho
a solidão da minha boca discreta
para tornar mais bonita
a alegria dos nossos reencontros.
Pintei de vermelho
um velho baú de recordações
como se ali eu pudesse me guardar
esperando sabe-se lá o quê...
e assim, me entediei:
no fundo daquele baú
meus sonhos viraram cinzas
e as unhas que pintei de vermelho
(cor de seus beijos)
desbotaram com o tempo.
E os pedaços de tinta descascados
o vento levou,
junto com o nosso amor.


Em especial para Sílvia Malta e Victória Baumgratz.
em 06 de Julho de 2009.

O fim de nós


Não espero mais a tua resposta
a tua sentença,
nem espero que me aceite com um sim
ou que me esqueça, desejando-me apenas “boa sorte”.
Me mostraram, os fatos
que nossa história não passou de um retrato bonito.
Foram, talvez
momentos mal vividos
um amante mal amado,
uma noite mal dormida.
Nossa história foi aquela música bonita que nunca foi só nossa
foi o sal da lágrima que você não sentiu.
Nossa história foi, simplesmente
o amor que você não nos permitiu.

Para o meu amado, sempre.
Em 23 de Outubro de 2009.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Eu próprio por mim mesmo


Procuro incessantemente pelo amor,
tomo banho de chuva e tenho medo do escuro.
Ouço mil vezes a mesma música e repito outras mil uma única frase.
Vou embora para nunca mais voltar e reapareço quinze minutos depois.
Eu acredito em duendes, vejo desenhos em nuvens,
acordo mal-humorado e choro muito
muito fácil.
Minto as vezes, mas sou sempre sincero.
Sou melodramático por natureza e ousado por inspiração.
Eu dou a cara à tapa
tenho como companheira a solidão e como inimiga declarada a própria razão.
Conheci pessoas incríveis e invejei seus pares perfeitos (ou nem tanto assim).
Nunca quis ser jogador de futebol, astronauta ou bombeiro.
Me atrevo a ser cantor no chuveiro.
Falo pelos cotovelos mas me expresso melhor em silêncio.
Perdôo traições e também pago na mesma moeda.
Me esqueço das coisas e lembro repetidamente dos meus pecados.
Em alguns momentos eu fico muito sério, em outros dou risada na hora errada.
Espero por um milagre que não acontece,
vivo um caso de dois onde um não corresponde.
Vejo os dias passarem sem muita sorte, com falta de cor.
Fico noites sem dormir, perco dias sem amar.
Choro ao telefone,
me isolo num quartinho escuro dentro de mim
me pergunto se vale a pena me arriscar.
Cresci meio velho rabugento e me tornei um tanto criança levada.
Sou metade santo e a outra metade puta.
Sou expansivo, intenso e absurdo.
Não crio padrões, detesto rótulos, não sigo a massa.
Corro dentro de casa, abro a geladeira para pensar
converso com gatos e cachorros
e desvio o olhar quando fico sem graça.
Não fiz da minha vida um livro aberto e nem da minha história um conto de fadas.
Quero homens na cama e flores na janela,
sou dependente de afeto e viciado em chocolate.
Tenho ciúmes dos meus amigos e a posse dos meus amados.
Reprimo alguns instintos, dou ouvidos à minha intuição.
Uso meias coloridas e roupas pretas.
Não sou alguém que fecha os olhos para o mundo, que diz “amém” pra tudo.
Já não me basta somente ter e poder, nem me satisfaz a simplicidade do estar.
Sempre o mesmo, sempre diferente, sem saber onde é que vou parar;
vivendo pra morrer, sem saber direito o que diabos ser...

Para Nicolas, com amor.
Em 22 de Janeiro de 2010.

Ensaiando meu papel...


Ser mocinho de novela mexicana não é fácil. Mas é fato. Representar algumas experiências inesquecíveis, não talvez como realmente tenham acontecido, e sim, como eu as tenha visto, ou sentido, um tanto de ilusões vivenciadas, como tantas outras passadas, amargamente saboreadas.
Mas um novo passo precisa ser dado, mesmo que o caminho não pareça tão seguro, ainda que os pés estejam cansados. Há sempre uma nova estrada a ser percorrida, um olhar para ser descoberto, uma outra palavra para ser dita.
Pois o mundo me questiona porque eu estou tão frustrado, e eu me pergunto por que todos são tão cegos?
Talvez eu tenha dificuldades para me expressar, ou os outros são insensíveis demais para não compreender, pois já não me importa mais quem fomos ou o que seremos, o que me angustia e me tira o sono é saber como nós estamos.
Então eu, que há muito não me permito fazer planos, apenas desejo que essas vozes não tenham fim, que me inspirem e abençoem a transformar em arte tudo aquilo que se passa em mim.

Que a sorte esteja com vocês.
Um beijo.
Riick.